Com maratona binacional, Pantanal é palco de iniciativa pioneira para inovação social

Com maratona binacional, Pantanal é palco de iniciativa pioneira para inovação social

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Reunir uma equipe multidisciplinar para fazer uma imersão em problemas complexos e buscar fomentar a inovação para solucionar diferentes dores foi foco da Maratona Binacional de Inovação, realizada na região do Alto Pantanal, no município de Corumbá, entre os dias 10 e 14 de novembro.

Realizada pelo Sebrae/MS e Governo do Estado, via Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), por meio do convênio MS Inova Mais, a iniciativa foi pioneira no território e, além de promover ideias para se transformem em negócios sociais, também representou um modelo que pode ser reproduzido em outras regiões que possuem demandas complexas de comunidades tradicionais e de povos originários.

O analista da Unidade de Inovação do Sebrae Nacional, Frederico Cabaleiro, acompanhou as visitas às comunidades e também ouviu dos participantes as discussões das problemáticas e as possíveis soluções de negócios. Ele explicou que essa metodologia de trabalho deve ser replicada para tentar criar soluções que possam contribuir na inovação social.

“Esse é um formato inédito de uma maratona tão imersiva que encontrou comunidades e povos originários. Uma iniciativa pioneira que pode ser pensada e levada para outros territórios. Sejam eles tão complexos como o Pantanal e que possam abranger outras áreas do território, como para áreas urbanas. Essa proposta imersiva ajuda a compreender e entender o problema, envolvendo uma equipe multidisciplinar para buscar na inovação social as soluções mais acertadas”, analisou Cabaleiro.

A maratona integrou a 21ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia e contou com o apoio do Ecossistema de Inovação de Ladário e Corumbá e do Ministério da Ciência e Tecnologia. Durante os quatro dias de atividades ao longo do rio Paraguai, foi priorizada a escuta ativa sobre problemas que existem no dia a dia de comunidades e povos indígenas Guatós localizados em áreas remotas.

Os mais de 50 participantes que representaram dezenas de instituições públicas e privadas do Brasil e da Bolívia tiveram a oportunidade de entender nos eixos de demanda sobre água e esgoto, bioeconomia e turismo, mitigação de incêndios florestais, mobilidade local, integração local, alternativas sustentáveis em serviços para catadores de iscas onde estavam os maiores percalços.

A coordenadora de Inovação e Indústria de Alto Impacto na Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), Lanna Dioum, esteve engajada no evento, que percorreu mais de 400 km subindo o rio Paraguai a partir de Corumbá (MS). Ela indicou para Brasília uma demanda com a proposta de haver novas conexões como as que existiram na maratona.

“É algo extraordinário, que precisa ser feito mais vezes para que as pessoas possam conectar-se com o mundo real e entender para quem nós estamos fazendo política pública. Usar o computador como ferramenta, usar a tecnologia como meio para solucionar os problemas para as pessoas. O Pantanal é muito rico, um presente da natureza, e os agentes devem conhecer o problema real, não os que a gente acredita que existam”, pontuou Dioum.

O vice-cacique da Aldeia Guató Uberaba, Laucídio Correia da Costa, integrou uma das equipes multidisciplinares e também apresentou detalhes da realidade da comunidade de povos originários. “A realização desse evento no Pantanal já é uma iniciativa de inovação. Estivemos em um barco-hotel, mas saímos, todos puderam ir ver a realidade e as visões das comunidades. Todos agora têm um compromisso, chegaram aqui de um jeito, mas estão saindo com outra postura, com novos conhecimentos. Foi uma oportunidade de aprender com quem vive e respira o Pantanal”, expôs.

Equipes e os resultados

A maratona contou com representantes da Fundación Trabajo Empresa (Bolívia), Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS), Universidade Católica Dom Bosco (UCDB), Uniderp/Anhanguera, Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), da Embrapa Pantanal, do Instituto Federal de Mato Grosso do Sul (IFMS), do Instituto Homem Pantaneiro (IHP), do Bioparque Pantanal, de startups como Pantabio, Mil pelo Planeta, Nesst, Maya Labs, Vireciclo, Pantanal Inova, além da Fundação de Turismo de Mato Grosso do Sul (Fundtur), Secretaria de Estado da Saúde (SES) e Aldeia Uberaba.

A analista-técnica do Sebrae/MS responsável pelo eixo de Inovação é Luciene Errobidart Mattos. Ela esteve embarcada com as equipes multidisciplinares e destacou a importância de pensar soluções de forma conjunta. “Tivemos universidades, institutos, representantes do governo do Estado, empreendedores que atuam no Brasil e na Bolívia, e todos aceitaram um desafio de estarem imersos para buscarem soluções. Temos mais trabalho pela frente para levar adiante essas propostas que surgiram com a maratona”, pontuou.

Depois da apresentação de propostas de negócios sociais feitas por 10 equipes, jurados da Semadesc, Sebrae/MS, Sebrae Nacional, Fundación Trabajo Empresa (Bolívia) e ABDI selecionaram três projetos como iniciativas vencedoras. Todas as propostas têm uma nova etapa e podem ser trabalhadas para implantação a partir do engajamento das equipes.

O vencedor da maratona foi “Quem arrISCA, não PetISCA” (solução para o armazenamento de iscas) e teve como desenvolvedores Tiago Calves, Nelson de Avila Gordin e Marivaine Silva Brasil Mansur Cardoso. A segunda colocação ficou com Pantevap, que discutiu medidas no saneamento, e teve como integrantes Danila Fernanda Rodrigues Frias, Luan Douglas Barreto Gimenez e Rosemary Matias Coelho. Em terceiro ficou o projeto HIP, sobre integração local de soluções em colaboração e teve como participantes Romel Junior, Nayana Cambraia Viana Oliveira e Andrea Gomes dos Santos. As informações são da Assessoria de Imprensa do Sebrae/MS.

Foto: Assessoria de Imprensa do Sebrae/MS

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