Iphan lança documentário sobre o Modo de Fazer Viola de Cocho
Modo de Fazer Viola de Cocho, reconhecido como Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil, é o tema do vídeo documentário produzido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) no Mato Grosso. A produção “Modo de Fazer Viola de Cocho: os saberes dos Cururueiros", que contou com a parceria do Instituto ECCOS/Museu de História Natural de Mato Grosso e a Secretaria de Estado de Cultura, Esporte e Lazer (Secel/MT), teve sua primeira exibição em Cáceres (MT), dentro da programação do Festival Internacional de Pesca Esportiva (Fipe), evento de iniciativa da Prefeitura Municipal de Cáceres.
Além da exibição do documentário, a programação também inclui a realização da exposição fotográfica "Mostra Patrimônio e Memória em Audiovisual". Também foi realizada a Oficina de Viola de Cocho com foco na transmissão de saberes para os mais jovens, ministrada pelo artesão cacerense, Lourenço da Guia Mendes.
O documentário priorizou os artesões mais antigos em atividade no ofício e um casal de cururueiros, sobretudo pelo protagonismo assumido pela cururueira Zilda da Silva. A trajetória dela é marcada pela resistência, sendo uma das poucas mulheres a participarem das rodas de cururu - dança típica da região Centro-Oeste - tradicionalmente ocupadas por homens.
A produção faz parte de um conjunto de ações propostas no Plano de Salvaguarda do Modo de Fazer Viola de Cocho, e contempla, de modo mais preciso, dois pontos do Plano: realizar exposições e apresentações com detentores, valendo-se de parceiros estratégicos com experiência na realização de eventos de fomento à cultura local, e valorizar a história de vida dos detentores mais experientes e idosos; promover transmissão de saberes por meio dos materiais produzidos.
Patrimônio Cultural Imaterial
O Modo de Fazer Viola de Cocho foi registrado em 2005 como Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil. A manifestação tem abrangência regional, incluindo os estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Em Mato Grosso, apresenta maior incidência em alguns municípios que fazem parte da região da Baixada Cuiabana, como Cáceres, Diamantino, Nobres, Rosário Oeste, Jangada, Cuiabá, Várzea Grande, Nossa Senhora do Livramento, Santo Antônio do Leverger, Barão de Melgaço e Poconé.
É uma das manifestações culturais que preserva traços e heranças afro-indígenas. É recorrente nas áreas rurais pantaneiras do estado. Porém, também ocorre no meio urbano, principalmente no contexto das festas de santos, característica que reforça sua conexão com o sistema de crenças religiosas oriundo do catolicismo popular.
A viola de cocho é um instrumento musical confeccionado artesanalmente por mestres artesãos, a partir de tronco de árvore que é escavado, assemelhando-se ao cocho utilizado para alimentar os animais. Além desse, outros instrumentos como o mocho e o ganzá figuram o universo festivo-religioso, poético e coreográfico abrangido pelo bem cultural, e que embalam os ritmos do siriri e o cururu. As informações são da Assessoria de Comunicação Iphan
Foto: Reprodução Iphan