Pantanal: Serviço Geológico aponta que níveis dos rios seguem em declínio
Na Bacia do Rio Paraguai, no Pantanal, os níveis seguem em declínio e ameaçam a segurança hídrica de municípios dos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Em Ladário (MS), estação de referência, o rio registrou a cota de 91 cm na terça-feira, 02 de julho. Essa marca está 3,5 m abaixo do esperado para a época do ano, que seria 4,44 m.
Os dados do monitoramento realizado pelo Serviço Geológico do Brasil (SGB) foram apresentados em reunião da Sala de Crise promovida pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA).
“A situação é crítica e temos níveis próximos ou abaixo das mínimas históricas para o período em praticamente todas as estações monitoradas na bacia, exceto em Cuiabá”, explicou o pesquisador em geociências Mauro Campos Trindade.
De acordo com as previsões, as mínimas devem ocorrer em outubro, com cotas negativas que podem chegar a valores próximos aos observados em 2020, quando foi registrado -32 cm, e o cenário mais grave observado em 2021, época em que o rio chegou a -61 cm.
Apoio aos municípios
Desde fevereiro, o SGB vem alertando para o cenário de seca no Pantanal, em decorrência do déficit de chuvas na região. Além de realizar o monitoramento, o SGB também apoia os municípios em períodos de crises hídricas, com o Sistema de Informações de Águas Subterrâneas (SIAGAS).
O SIAGAS é um repositório de poços perfurados no Brasil e sua base tem mais de 371 mil poços cadastrados, com 14 mil poços na Região Centro-Oeste. Disponível para consulta pública, apresenta informações sobre fontes de águas subterrâneas. Desse modo, permite que sejam identificados poços dos quais seja possível extrair água para uso doméstico, industrial, para irrigação ou outras finalidades.
Esse é um projeto de expressiva importância no atual cenário de gestão e políticas públicas, tanto em nível nacional, como estadual e sub-regional. As informações são do Núcleo de Comunicação - Serviço Geológico do Brasil.
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil